domingo, 2 de agosto de 2015

Oito Ou Oitenta

    Talvez eu já tenha contado muitas historias sobre Valeria, mas nunca falei como ela era. Foi a pessoa que eu mais me aproximei durante minha estadia em Rio Doce.
    A maioria das pessoas tem sua hora preferida do dia (manhã, tarde ou noite), mas ela tem dois momentos favoritos durante o dia: a alvorada e o crepúsculo, se olharmos essas horas são como ela: indefinidas. Estavam em completa indecisão se eram dia ou noite, se mostravam o sol ou a lua enquanto ela nunca sabia se ficava feliz ou triste.
    Ora tomava suas decisões sozinha e rapidamente, ora se deixava levar pela opinião dos outros. Dias que acordava com seu mantra "FODA-SE", outros em que sua testa deveria estar escrito "contém um drama".
    Ela era do tipo que não conseguia dirigir um brutal "não" a alguém, podia até ser prestativa na maioria dos casos mas exigia muito das pessoas em troca e se decepcionava se não recebesse o esperado. Tinha a habilidade de convencer as pessoas que surpreende qualquer um.
    Se fizéssemos uma lista com todas as pessoas que não gostam dela possivelmente não terminaríamos hoje, o motivo pelo qual não gostavam dela não era inveja, mas sim devido a sua sinceridade extrema que por vezes acabava magoando as pessoas. Então voltamos: ela é indefinida, logo, se colocássemos em um papel o nome de todos que realmente gostam de Valeria não concluiríamos hoje.
    Nunca irei encontrar uma pessoa igual a ela. Tão maluquinha, sincera e definida como ela, e espero nunca encontrar, pois seria incapaz de aguentar duas pessoas desse jeito e no meu coração não haveria espaço para tanto amor perdido, pois a mesma ainda não conhecia um sentimento forte assim.
                                                                                                         Com carinho,
                                                                                                                         Paula.





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