sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Como dizer que o ama.

    Valeria era muito inocente na época ao ponto de pensar que em uma cidade como Rio Doce seria normal uma menina se declarar, afinal estamos do século 21, direitos iguais certo? Errado.
    No dia em que decidiu que iria por tudo pra fora chegou em casa e pegou seu calendário e circulou a sexta-feira 20 de Setembro, uma data que parecia longe o bastante, mas o relógio correu mais rápido e o dia 20 de Setembro chegou assim como chega minha fome: num piscar de olhos.
    Ao chegar na escola (onde tudo aconteceria) Valeria já estava tremendo e vermelha de tão nervosa que estava, por isso resolveu contar para sua amiga Morgana, que teve a tentativa frustrada de convencer Valeria a não fazer aquilo. Como tudo aconteceria na escola na hora do intervalo, Valeria sabia que só tinha 20 minutos para colocar tudo pra fora, e o sinal tocou, a hora da verdade tinha acabado de chegar.
    Nunca tinha visto alguém se esconder daquele jeito na minha vida, na hora eu perguntei "Por que ela não desiste logo disso?" mas depois eu entendi que ela tinha que cumprir uma promessa feita a si mesma, tudo aquilo era seu ato de coragem. 19 minutos já tinham se passado e nada tinha acontecido pois Valeria no fundo sabia que Guilherme diria a palavra com N, mas ela se lembrou que também poderia ter um sim, e no último minuto falou a pior coisa que podia falar "Guilherme, eu gosto de você.", e saiu correndo querendo ser um avestruz para enfiar a cabeça na terra de tanta vergonha.
    No fim das aulas do dia Guilherme foi atrás de Valeria e falou "Eu admiro sua coragem e eu também gosto de você..." uma pontinha de esperança surgiu no coração da menina ingênua "...mas como amiga.". Depois disso Valeria nunca mais foi a mesma, se já não acreditava em contos de fadas agora não acreditava na vida também. Depois desse dia ela não se permitiu gostar de alguém por medo. E mesmo que ela já tivesse deixado de gostar de guilherme e ela nunca o esqueceu.
                                                Até a próxima,
                                                                    Paula.

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